As vezes entregamos ao mundo o que temos.
As vezes a mão que acaricia, é a mesma que apedreja.
As vezes não temos noção do que fazemos.
Mesmo não sendo como uma flor que só viceja,
precisamos de alguém que ao nosso lado esteja.
As vezes sentimos a dor antes da descoberta.
As vezes ao sairmos, deixamos a porta aberta.
As vezes a chuva mais fina parece o pranto
que rola no rosto de quem se culpa tanto.
Mas te digo agora que é muito tarde,
pois esse amor por quem eu sofria tanto,
perdeu quase todo o seu encanto,
e como braza morta, em mim não arde.
Então deixa eu passar ao teu lado discreta,
vivendo da minha forma torta e ao mesmo tempo reta,
deixa eu ser apenas poeta,
sem jamais me apegar a essa raíz,
e sem me culpar por nada do que eu fiz.
Kimberly Luciana.